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O TAO DA CURA
Editora Ground, São Paulo 2011




CONCEITOS B�SICOS DA MEDICINA CHINESA
Deve haver muitos leitores que conhecem os conceitos b�sicos da medicina chinesa; se n�o conhecerem, poder�o encontrar neste cap�tulo uma introdu��o sucinta ao Yin e Yang, � vis�o chinesa dos �rg�os, os canais de circula��o da energia ou meridianos, a for�a vital chi e o sistema dos Cinco Elementos.

YIN e YANG
Embora hoje em dia os conceitos de "Yin" e "Yang" fa�am parte da linguagem comum, s�o utilizados com freq��ncia de maneira imprecisa. Uma das raz�es � que conhecemos o Yin e o Yang tanto na cultura chinesa quanto na cultura japonesa. Essas duas culturas t�m um conceito diferente e a defini��o de Yin e yang varia entre elas, Muitas vezes s�o as mesmas pessoas que seguem uma dieta macrobi�tica, fazem um tratamento de shiatsu, interessam-se por Feng Shui e consultam um m�dico ou terapeuta que cuida delas com medicina naturista ou com acupuntura. O shiatsu e a macrobi�tica pertencem � cultura japonesa, o Feng Shui e a acupuntura praticadas aqui s�o oriundas da China.

O ponto de vista oriental de Yin e Yang considera tanto a realidade espiritual quanto a material dos efeitos de dois p�los ou for�as opostos que, por sua vez, s�o dependentes um do outro: Yin e Yang. Essa maneira dual depensar n�o nos � estranha. As ra�zes da cultura ocidental – tanto do helenismo e de suas filosofias ou religi�es, quanto da cultura judaica e crist� – baseiam-se numa dualidade b�sica. Encontramos essa dualidade em conceitos como "mat�ria" e "energia" na f�sica, bem e mal, c�u e terra, cristianismo e islamismo, e igualmente nos sistemas bin�rios de nossos ordenadores. Esse parentesco b�sico e espiritual deve ser a raz�o principal pela qual o Ocidente adotou uma parte muito maior do patrim�nio cultural do Jap�o e da China do que, por exemplo, dos �ndios norte-americanos ou dos dogons da �frica Central.

Mesmo assim � importante compreender que existe uma diferen�a fundamental enter o conceito oriental de Yin e Yang e o princ�pio de dualidade do Ocidente. Yin e Yang s�o dois opostos que, juntos, formam uma unidade. Um depende do outro e s�o realidade somente em uni�o com seu p�lo oposto. O s�mbolo que conhecemos de Yin e Yang representa a lei universal da eterna transforma��o. Significa que um deles, quando chegou a seu apogeu, transforma-se no outro. O ponto branco dentro do campo negro e o ponto negro dentro do campo branco significam que a ess�ncia de um cont�m em seu n�cleo a ess�ncia do oposto. Isso sugere portanto que n�o h� nada que seja apenas Yin ou Yang, negro ou branco, feminino ou masculino, magn�tico ou el�trico, passivo ou ativo, bom ou mal, escuro ou claro. Significa que as mulheres tamb�m t�m caracter�sticas masculinas e os homens, qualidades femininas, que uma maldade pode ter algo de bom e um ato de bondade pode transformar-se em seu oposto.

Yin e Yang n�o s�o conceitos absolutos. Atuam sempre relacionados um com o outro e descrevem a qualidade relativa dos diversos fen�menos e manifesta��es, e as rela��es entre a realidade f�sica e a realidade imaterial. Um exemplo: no corpo humano, o peito � definido em rela��o �s costas como Yin; mas, em rela��o � p�lvis, ele � Yang. Outro exemplo: em rela��o ao dia se diz que a noite � Yin, mas em rela��o � ab�boda negra do Universo a nossa noite na Terra � Yang, pois, ainda que pouca, cont�m uma pequena quantidade de luz.

A cultura ocidental tende, ao contr�rio, a pensar em conceitos absolutos. Nossa educa��o nos ensina a diferenciar claramente entre o bem e o mal. Nos filmes cl�ssicos de bangue-bangue, o her�i usa um chap�u branco e � simp�tico, enquanto os bandidos usam chap�us pretos, n�o est�o barbeados e, al�m disso, s�o antip�ticos. A maioria dos filmes policiais segue um modelo muito simples: os bons e os maus est�o desde o princ�pio claramente marcados, n�o se transformam no decorrer da hist�ria e o final est� claro: o mau morre.

O s�mbolo de Yin e Yang descreve outra vis�o da realidade: nem Yin nem Yang podem ser considerados maus ou bons. O s�mbolo de Yin e Yang mostra uma forma e uma maneira atrav�s da qual as coisas se transformam. Trata-se de uma descri��o, e n�o de um ju�zo de valor. Expressa que os opostos se atraem, que se condicionam mutuamente, e que cada coisa e cada processo se converte cedo ou tarde em seu contr�rio. As seguintes combina��es de Yin e Yang reproduzem a vis�o chinesa que, como j� dissemos, pode variar em termos de aplica��o e pode diferir dos conceitos japoneses. Quando se utiliza as categorias de Yin e Yang, � importante tomar consci�ncia da natureza relativa e das polaridades descritas.


CARACTER�STICAS GERAIS
Y I N Y A N G
Mat�ria Energia
Pr�ton El�tron
For�a centr�peta For�a centr�fuga
Solidifica��o Expans�o
Movimento descendente Movimento ascendente
Terra C�u
Horizontal Vertical
Escurid�o Luz
Noite Dia
Frio Calor
Lua Sol
Prata Ouro
Inverno Ver�o
Fim Princ�pio
Negativo Positivo
Feminino Masculino
Mole Duro
Entrar Sair
Quietude Movimento
Lento R�pido
Dentro Fora
Receber Dar
Molhado Seco
Campo de gravita��o Crescimento
Raiz, tronco Galhos, folhas
Fruto Germe, brotos
Base �cido

CORPO E PERSONALIDADE
Y I N Y A N G
Parte da frente Parte de tr�s
Metade esquerda Metade direita
Parte inferior Parte superior
Tronco Membros
Pernas Bra�os
P�lvis Cabe�a
�rg�os compactos (Zang) �rg�os ocos (Fu)
Yong Qi Wei Qi
Sangue Energia
Encolher Esticar
Tranq�ilidade e repouso Movimento e a��o
Digest�o e reprodu��o Luta ou fuga
Parassimp�tico Simp�tico
Acetilcolina Adrenalina
Ritmo card�aco Ritmo respirat�rio
Instinto Intelig�ncia
Introvertido Extrovertido
Silencioso, calmo Falador, esperto
Os p�s na terra Prazer em experimentar
Conservador Progressista
Contemplativo Excit�vel, reativo
Depressivo Euf�rico

A VIS�O CHINESA DOS �RG�OS

A cultura chinesa tem uma vis�o dos �rg�os e tecidos completamente diferente da ocidental. A raz�o � que os chineses n�o v�em o corpo e a alma como entidades separadas, como n�s. Na medicina chinesa, cada �rg�o tem n�o s� uma fun��o psicol�gica, mas tamb�m emocional, intelectual e espiritual. N�o considera o c�rebro a sede da alma e do esp�rito, e sim cada c�lula do corpo e tamb�m o campo magn�tico do organismo. Por conseguinte, os �rg�os internos s�o entendidos como unidade corpo-alma-esp�rito; n�o s�o definidos como formas anat�micas com fun��es psicol�gicas simples. Cada �rg�o �, portanto, parte do conjunto da personalidade, e suas a��es rec�procas com outros �rg�os s�o de import�ncia vital para a plenitude do sentir, pensar, querer e atuar.

Por esse motivo, os �rg�os n�o s�o vistos como unidade funcional psicol�gica, e sim como express�o das cinco for�as elementares em interc�mbio constante. Corpo, alma e esp�rito s�o considerados formas de express�o dos cinco elementos que constituem a raiz comum dos mais diversos fen�menos da vida. A vis�o dos �rg�os difere tanto que nem sequer coincidem com as defini��es anat�micas. O est�mago, o duodeno e os primeiros quinze cent�metros do intestino delgado, por exemplo, s�o considerados pela medicina chinesa como um �nico �rg�o, o Est�mago. Os chineses concebem o processo da digest�o – o desdobramento dos alimentos em partes isoladas, um processo que se inicia na cavidade bucal, e a absor��o de carboidratos, albumina e gorduras sobretudo pela parte inicial do duodeno – como tarefa de um �nico �rg�o, o Est�mago, ao qual se atribui, sendo Yang, ou um �rg�o oco, o elemento Terra.

Outro exemplo: a compreens�o chinesa do ba�o n�o compreende somente este �rg�o, mas tamb�m o p�ncreas e todos os tecidos linf�ticos e o resto dos �rg�os de nosso corpo. Por isso este �rg�o � chamado de Ba�o-P�ncreas. A fun��o principal do Ba�o-P�ncreas � a constru��o e manuten��o da subst�ncia f�sica. Nesse sentido � que se junta ao p�ncreas, que produz a maior parte das enzimas da digest�o e todas as c�lulas e �rg�os que constituem a base f�sica do sistema imunol�gico, como as am�dalas, os g�nglios linf�ticos, as plaquetas Peyer e a polpa branca do ba�o em um s� �rg�o, o �rg�o Yin do elemento Terra.


Os �rg�os Zang e Fu

A medicina chinesa distingue seis �rg�os Yin e seis �rg�os Yang. Os �rg�os Yin s�o chamados de Zang; o ideograma que representa Zang significa "compacto" ou "s�lido". Os seis �rg�os Zang t�m uma consist�ncia mais compacta e um teor mais elevado de par�nquima que os seis �rg�os Fu. S�o chamados tamb�m de �rg�os-armaz�m porque, al�m de suas fun��es fisiol�gicas, recebem e armazenam formas de energia vital, o chi, e ainda a produzem e transformam. Os seis �rg�os Zang s�o o Cora��o, o Peric�rdio ou Circula��o-Sexo, os Rins, os Pulm�es e o Ba�o-P�ncreas.

Uma maneira f�cil de lembrar quais s�o os �rg�os Zang �: os �rg�os que comemos s�o todos Zang; n�o � costume comer os �rg�os Yang, pelo menos no Ocidente.

Os seis �rg�os Yang s�o chamados de Fu. O ideograma Fu significa "oco". Os �rg�os ocos s�o o Est�mago, o Intestino Delgado, o Intestino Grosso, a Beixa, a Ves�cula Biliar e o chamado Triplo-Aquecedor. A principal fun��o dos �rg�os Fu � tomar e digerir os alimentos, a absor��o das partes nutritivas pelo sangue e a expuls�o dos detritos pela urina, pelo suor e pelas fezes. A tarefa do Triplo-Aquecedor � a regula��o da temperatura corporal e a coordena��o das fun��es do peito, do ventre e da p�lvis, al�m da coordena��o entre a profundidade e freq��ncia da respira��o, da circula��o, da digest�o e da sexualidade.

Cada elemento � atribu�do um �rg�o Zang e um �rg�o Fu. Esses pares de �rg�os receberam o nome de "�rg�os acoplados". Suas fun��es fisiol�gicas, emocionais, intelecutais e espirituais est�o estreitamente ligadas entre si, como, por exemplo, as fun��es dos Rins e da Bexiga, do F�gado e da Ves�cula Biliar. Todo �rg�o Zang materializa a for�a Yin e todo �rg�o Fu representa a for�a Yang do mesmo elemento.


OS MERIDIANOS

Os meridianos s�o canais diminutos do corpo por onde flui a energia vital ou chi. Os pontos de acupuntura ou acupressura s�o aberturas do sistema de meridianos na superf�cie do corpo, por onde � poss�vel afetar o fluxo de chi.

A medicina chinesa tradicional v� os meridianos como uma rede que une o interno ao externo: os �rg�os internos � superf�cie do corpo, os tecidos caos �rg�os sensoriais, as emo��es aos pensamentos, Yin a Yang, a terra ao c�u. O sistema de meridianos � composto de canais de energia que se encontram sobretudo no eixo longitudinal do corpo. Como exce��es podemos lembrar os vasos Lo e como meridiano principal o Dai Mai, um dos oito vasos maravilhosos ou meridianos excepcionais, que rodeia a cintura como um cinto.

A rede dos canais de energia parece-se, em sua estrutura b�sica, com o sistema dos meridianos da Terra: os meridianos dos �rg�os correspondem, nessa compara��o, aos graus de longitude, os vasos Lo aos graus de latitude e o Du Mo ao equador. No Huang Di Nei Jing, a obra cl�ssica do Imperador Amarelo sobre a medicina interna, datado aproximadamente do s�culo III a.C., � descrito com detalhes e precis�o o trajeto dos meridianos e o efeito dos pontos de acupuntura. Neste livro h� compara��es dos meridianos com grandes rios da China que atravessam o pa�s, regam-no e fertilizam-no. O ideograma chin�s para meridiano � Jinge significa "rio, caminho ou trilha", mas tamb�m "vaso sang��neo".

O trajeto dos meridianos segue, durante uma parte, o trajeto dos vasos sang��neos e dos nervos, e o chi, por outro lado, flui por gretas e canais fin�ssimos do tecido conjuntivo. Essas gretas formam-se sobretudo pelas diversas liga��es dos m�sculos e grupos de m�sculos, assim como pelas capas de tecido conjuntivo que envolvem grandes partes do corpo como, por exemplo, a Fascia thoracolumbalis.

No Huang Di Nei Jing s�o descritos os 44 Jings, ou meridianos, com seu trajeto e sua fun��o. Entre os mais importantes est�o os doze meridianos e seus doze ramos profundos, que passam pelo interior do corpo e unem cada meridiano dos �rg�os a seu �rg�o de origem e aos outros �rg�os. No livro do Imperador Amarelo tamb�m s�o descritas as oito grandes correntes, tamb�m chamadas de "oito vasos maravilhosos" ou "meridianos milagrosos". Entre eles destancam-se sobretudo o Ren Mai(ou o Vaso da Concep��o) e o Du Mai (o Vaso Governador), que percorrem a linha central da parte da frente e da parte de tr�s do corpo. Dizem que s�o "o mar de Yin" (Ren Mai) e "o mar de Yang" (Du Mai), e constitui o cora��o do sistema de meridianos. O conte�do do Tao curativo � os cinco elementos e os doze meridianos dos �rg�os correspondentes, motivo pelo qual n�o se fala aqui do Ren Mai, nem do Du Mai. Este tema � tratado detalhadamente em outro livro do autor, intitulado Tao de la medicina (1996, Editorial Haug).

Os doze meridianos dos �rg�os formam pares: a cada meridiano Yin corresponde um meridiano Yang do mesmo elemento. Por isso se fala de "dois meridianos acoplados", cuja energia flui por dois canais ou represas, os vasos Lo, por meio dos quais eles se equilibram mutuamente. Cada meridiano de um �rg�o tem seu pr�prio vaso Lo, que vai desde esse ponto Lo at� o ponto Yuan(ou ponto Fonte) do meridiano acoplado. � atrav�s dos vasos Lo que se restabelece o equil�brio de um �rg�o e do meridiano correspondente, sobretudo mediante o meridiano acoplado, que sofre excesso ou falta de chi.

A fun��o dos meridianos e dos valos Lo � a provis�o de chi aos �rg�os e tecidos, uma fun��o parecida com a da circula��o sang��nea, que leva oxig�nio e subst�ncias nutritivas a todas as partes do corpo. A sa�de de um �rg�o interno, a for�a dos m�sculos e tend�es, ossos e dentes, assim como a sensibilidade, a compaix�o, o amor, a seguran�a em si mesmo e uma mente clara est� garantida sempre que houver energia vital suficiente nas zonas correspondentes, e que ela flua.

Os exerc�cios propostos neste livro estimulam o fluxo de chi pelos meridianos e seus �rg�os, tecidos e �rg�os sensoriais correspondentes. Se forem praticados com regularidade, ajudam a manter a sa�de, impedindo o surgimento de doen�as – cujo primeiro est�gio costuma ser causado pela falta prolongada de chi, e s� muito tempo depois � que surgem os primeiros sintomas f�sicos – e promovem uma integridade org�nica de corpo, emo��es e pensamentos.

CHI, A ENERGIA VITAL

Chi � a palavra chinesa para for�a vital ou energia vital. A palavra japonesa correspondente � kie, na ioga, a mesma ess�ncia vital � chamada de prana. A maioria das culturas antigas t�m o conceito de uma for�a vital com presen�a universal, que circula no ar, na �gua, na terra, nas plantas, nos animais e tamb�m no organismo humano. Trata-se de uma ess�ncia vital que est� al�m das estraturuas subat�micas – uma energia que se encontra em todas as formas materiais e se concentra nos organismos vivos.

Mesmo que Paracelso e Mesmer, m�dicos europeus dos s�culos XVII e XVIII respectivamente) tenham trabalhado e curado com a id�ia de uma energia vital, esta perdeu a import�ncia nas escolas ocidentais. O conhecimento e a manipula��o da ess�ncia vital foram substitu�dos por um enfoque unilateral, que d� prefer�ncia a tudo o que � f�sico – e quimicamente medido.

Wilhelm Reich foi um m�dico austr�aco e aluno de Freud que teve de fugir do nazismo na d�cada de 1930 para os Estados Unidos. Foi o primeiro investigador do s�culo XX a redescobrir a for�a vital universal, que chamou de "orgon", e demonstrou sua exist�ncia com experimentos cient�ficos. Construiu acumuladores, cuja fun��o consistia em densificar a concentra��o da energia vital dispon�vel para aplica��o posterior no campo da medicina e do aumento do bem-estar. Na atmosfera hip�crita e de vis�o estreita das d�cadas de 1940 e 1950 dos Estados Unidos, suas descobertas enfrentam uma grande resist�ncia nos c�rculos m�dicos e sobretudo da Federal Drug Administration (FDA), que o acusou diretamente de farsante pela divulga��o dos acumuladores de orgon. Como ele n�o respeitou a proibi��o, foi castigado com uma temporada na pris�o, e seus livros foram queimados em pra�a p�blica. Wilhelm Reich, que durante muito tempo foi perseguido pelo desenvolvimento de sua "Vegetoterapia", a primeira forma de psicoterapia com orienta��o f�sica que surgiu no Ocidente, e tamb�m por suas id�ias socialistas e comunistas, n�o suportou esta �ltima humilha��o e morreu no c�rcere.

Enquanto os norte-americanos n�o queriam nenhum envolvimento com o conceito de energia vital, os sovi�ticos dedicaram-se, tamb�m por raz�es militares e estrat�gicas, a realizar muitos experimentos com a for�a vital, que denominaram de "bioplasma". Seus trabalhos cient�ficos levaram, entre outras coisas, ao desenvolvimento da fotografia Kirlian, que torna vis�vel o campo energ�tico ou aura dos organismos, bem como da mat�ria inerte.

As civiliza��es muito evolu�das da �ndia e da China desenvolveram h� tr�s ou quatro mil anos atr�s, t�cnicas de medita��o e m�todos terap�uticos para prevenir e curar enfermidades com o aumento da concentra��oda energia vital. Na �ndia, sobretudo nos Vedas e Upanishads, foram expostos diversos sistemas de ioga f�sica e espiritual como, por exemplo, a Hatha-Ioga, a Bhakti-Ioga e a Raja-Ioga. Na China j� s�o diferenciadas as diversas formas do chi, que s�o percebidas e utilizadas terapeuticamente.

Os conceitos mais importantes da medicina chinesa relacionados � for�a vital s�o Shi e Hsu. Shisignifica abund�ncia ou excesso de chi, que se manifesta sob a forma Yang, com sintomas de calor como inflama��es, dores pungentes e febre. Hsusignifica falta de provis�o ou car�ncia de chi, que nos leva com freq��ncia a Yin, ou sintomas de frio, como estar desequilibrado, ter sensa��o de surdez, edemas e dores cr�nicas, ou estar mesmo surdo. Com os exerc�cios dos meridianos descritos neste livro � poss�vel, se eles forem praticados regularmente, equilibrar o excesso ou insufici�ncia de chi nos diversos meridianos e, por conseguinte, nos �rg�os correspondentes, melhorando com isso a sa�de e a qualidade de vida.

Os chineses fazem uma distin��o entre o chi adquirido e o chi inato que herdamos de nossos pais e antepassados, ao qual chamam de "energia ancestral". Essa energia fica armazenada nos rins. A energia ancestral � necess�ria para o corpo utilizar o chi que se encontra no ar e nos alimentos.

O Aquecedor M�dio – no ventre – � a estufa onde se "cozinha" a energia substancial ou Zong chi dos alimentos e dor que ingerimos. A energia ancestral � o combust�vel necess�rio para o processo de cozimento. O Zong chi, que se produz no ventre, flui para cima, para o peito, abastece o cora��o e os pulm�es e se diferencia em Zong chi e Wei chi. Yong chi� a forma de chi que nutre e constr�i a subst�ncia corporal. Wei chi� a energia protetora que defende o organismo contra as influ�ncias nocivas do exterior.



AS CINCO FOR�AS NATURAIS OU OS CINCO ELEMENTOS


Com os conceitos tao�stas dos cinco elementos descreve-se minuciosamente a rela��o entre as for�as naturais, o corpo e o esp�rito. Em todas as manifesta��es da natureza, entre as quais est� inclu�do o ser humano, observa-se o efeito das mesmas for�as e leis.

Na cultura ocidental foram formuladas as leis do mundo f�sico. Elas se limitam a aceitar unicamente aquilo que pode ser medido com m�todos f�sicos e n�o podem ser aplicadas ao mundo das emo��es e pensamentos, nem ao mundo da fantasia e da intui��o. Isso nos levou a uma cultura unilateral, descrita em v�rias ocasi�es: nossos conhecimentos do mundo material s�o muito ricos, precisos e variados e, apesar disso, nosso conhecimento das leis do mundo espiritual e psicol�gico � pobre, confuso e especulativo. Essa superioridade unilateral se expressa de tal modo que n�o nos damos conta das limita��es que encarceram nossa mente. Um estudo sobre o I Ching*, o Livro das Transforma��es, o mundo espiritual dos lamas tibetanos, mestres zen japoneses ou xam�s ind�genas mostra a exist�ncia de dimens�es que superam de muito o psicol�gico e o conhecimento religioso das culturas europ�ias.

A antiga cultura chinesa formulou as leis da natureza de tal modo que conseguiu explicar tanto os fen�menos observados no mundo material quanto os do mundo espiritual, al�m de encontrar uma rela��o enter eles de acordo com essas mesmas leis. A separa��o entre um mundo material e outro imaterial n�o existia, ao menos segundo nosso ponto de vista. Nas pessoas daqueles tempo existia a cren�a de que o mundo � um jogo de conjunto, de esp�ritos e dem�nios, de for�as e de elementos naturais.

Como nas culturas que n�o disp�em de uma prote��o t�cnica, essas pessoas tinham medo e um enorme respeito pelas for�as naturais:o calor do ver�o que causa a seca, os tuf�es, as ondas gigantescas ou a ira dos deuses que se expressa no trov�o. Era necess�rio invocar os esp�ritos protetores e contentar os dem�nios. Terra e fogo, c�u e �gua eram divindades, cujos sinais era preciso levar em conta caso se quisesse sobreviver.

Os seres humanos come�aram a observar e reunir experi�ncias, que depois transmitiam de gera��o a gera��o. Observaram os ciclos da vida, o trajeto dos astros, as mudan�as das esta��es e o firmamento. Tamb�m observaram os fen�menos da natureza na estreita rela��o com o homem, seus sentimentos, sua maneira de pensar, seus sonhos e suas doen�as.

Nessas observa��es se cristaliza o ensino do Tao, que se descreve tamb�m como "o inomin�vel, aquilo que d� origem a tudo sem ter dire��o alguma, nem vontade, nem objetivo. Aquilo que �." Do Tao surge a polaridade: Yin e yang, terra e c�u, mat�ria e energia. De Yin e Yang nascem os Cinco Elementos que fazem surgir o mundo tal como �, que lhe d�o forma, que o mant�m e o dissolvem de novo. �

importante compreender que nosso conceito de "elemento" n�o tem nada a ver com o conceito chin�s. Os chineses n�o entendem elemento como uma subst�ncia material, e sim como uma for�a ou dimens�o do universo. Vemos nas tradu��es que o conceito de elemento n�o se reduz a for�as da natureza; descreve, ao contr�rio, as regularidades geralmente aceitas, ou princ�pios. Ao falar de elementos eles est�o se referindo a fases de transforma��o da variedade de manifesta��es, da descri��o de estados energ�ticos que voltam regularmente, coisa que coincide de maneira surpreendente com os conhecimentos da f�sica moderna, sobretudo com sua id�ia b�sica, a mec�nica qu�ntica e a Heisenbergsche Unsch�rferelation. Cientistas reconhecidos como Niels Bohr e Fritjof Capra reconheceram e demonstraram essa correspond�ncia.

Segundo a vis�o chinesa, os Cinco Elementos expressam-se em todas as manifesta��es do cosmo: no firmamento, nas esta��es do ano, no clima, nas estrelas, nas plantas e nos animais, e tamb�m nos estratos rochosos e no ser humano. Os sentidos, �rg�os e tecidos dos seres vivos acompanham os elementos, assim como os sentimentos e faculdades espirituais. Os elementos s�o for�as que se mant�m mutuamente em equil�brio, que se produzem mutuamente, que se transformam umas nas outras e se reprimem umas �s outras. Quando a rela��o de for�as dos elementos est� em desequil�brio, este se manifesta no ser humano como mal-estar e doen�a, e numa sociedade com debilidade, injusti�a e guerra. Quando os elementos num ser humano, assim como num povo ou num pa�s, encontram-se em igualdade de for�as e em equil�brio, h� harmonia, sa�de e beleza.




PARTE III

O ELEMENTO FOGO

A for�a do Fogo manifesta-se ao meio-dia e no sul (no hemisf�rio norte), em todas as �pocas de flora��o, no calor e no ver�o. No ciclo Sheng o Fogo vem depois da Madeira: com a madeira se faz fogo. � chamado de Yang velho. No organismo humano o fogo � representado pelo Cora��o e pelo Intestino Delgado, pelo Peric�rdio ou Mestre do Cora��o (Circula��o-Sexo) e pelo Triplo Aquecedor. Manifesta-se tamb�m na l�ngua e nas art�rias, veias e capilares. Seu l�quido corporal � o suor.

A natureza da Madeira � a expans�o e o crescimento em todas as dire��es. A for�a do Fogo est� dirigida verticalmente para cima. Vem das profundezas da terra para o c�u, da mat�ria para o esp�rito, da esfera ap�tica para a consci�ncia. A for�a do Fogo toma a dire��o contr�ria � da for�a da gravidade. No campo espiritual-emocional o Fogo gera a alegria, a dan�a e o riso, a vis�o glohal e a consci�ncia. Suas cores s�o o escarlate e o vermelho

Na China antiga havia uma cultura da corte com hierarquias rigorosas. A ordem social, cujo centro era o imperador e sua corte, considerava-se respons�vel pela harmonia entre o c�u e a terra. Ao contr�rio da filosofia grega, que se baseia no cosmo e em suas leis naturais, e da filosofia indiana, com seus Vedas e suas Upanishads que entendem o ser interior dos homens como dimens�o essencial do universo, encontramos no centro da cosmologia chinesa a ordem social e a �tica. O comportamento correto dos homens leva a um comportamento correto da natureza. Quando a sociedade, a come�ar pelo imperador e sua corte, respeita as leis do Tao, o pa�s fica a salvo de �pocas de grandes secas, de epidemias, de fomes e de tuf�es. Essa vis�o social-m�gica mant�m a sociedade unida.

Essa maneira de ver as coisas impregnou tamb�m a medicina chinesa, onde se compara o organismo � corte e os diversos �rg�os com as fun��es da corte. Por isso se diz: quando o homem individual cumpre suas obriga��es sociais, respeita seus antepassados, acalma seus dem�nios e se mant�m em contato com os esp�ritos elementares, que atuam atrav�s de seus �rg�os, pensamentos e a��es, mant�m-se livre de enfermidades.

O �rg�o Yin do Fogo, o Cora��o, era chamado de pr�ncipe do Fogo e soberano dos �rg�os. Era considerado o centro da consci�ncia, do sentir e do pensar. No cora��o manda Shen, o esp�rito do Fogo. O idelograma chin�s Shen pode ser traduzido como "esp�rito", "alma", "Deus", "divino" e "efic�cia". Quando dizemos que algu�m tem "esp�rito", refletimos o significado desse ideograma.

Shen tem duas resid�ncias. A resid�ncia de baixo � o Cora��o, a partir de onde se encarrega de equilibrar os sentimentos e de favorecer uma maneira de falar sincera. Sua resid�ncia de cima � o terceiro olho, ou o chacra da frente, onde cria clareza de pensamentos e consci�ncia no modo de viver. Quando essas faculdades s�o encontradas numa pessoa, seu Shenest� cheio de for�a e sa�de. Isso se v� no brilho e na luz de seus olhos.

Quando o Shen est� confuso e sem for�a, esse estado se manifesta em pensamentos pouco claros, falta de capacidade de pensar, uma maneira pouco clara de falar que pode levar a pessoa a pronunciar mal as palavras, a murmurar, balbuciar, gaguejar e at� � mudez; tem altos e baixos emocionais muito grandes e diversas formas de histeria e de psicose man�aco-depressiva. Um Shen disperso e confuso expressa-se em nervosismo, p�nico, medo do p�blico, ins�nia e um olhar opaco. Todos esses sintomas t�m sua base num transtorno do elemento Fogo.

Quando a energia de Fogo est� intensa demais no Cora��o – os chineses a chamam de Shih, excesso – o exagero expressa-se num dil�vio de palavras, fofocas, suor em excesso e tens�o nervosa. Essas pessoas acreditam que podem resolver tudo sozinhas, que podem controlar tudo. Muitas vezes n�o s�o capazes de delegar responsabilidades aos outros. Esta � uma caracter�stica dos estados emocionais e mentais da doen�a de mandar, que provoca ami�de um enfarte card�aco ou uma insufici�ncia card�aca. As investiga��es modernas da medicina ocidental sobre estresse, doen�as causadas pelo estresse e tipos de personalidade que tendem � hipertens�o e ao enfarte concentram-se naquele estado que os chineses denominam de Shih do Cora��o. Como veremos mais adiante, esse desequil�brio surge na maioria dos casos por falta de energia do elemento �gua.

Quando a energia do Fogo est� muito fraca no Cora��o – o que se chama Hsu, defici�ncia – surgem as dificuldades de expressar-se clara e compreensivelmente, e a pessoa pode at� ficar "sem fala", com o sentido do paladar reduzido ou ausente, tanto na l�ngua quanto na psique.

O segundo �rg�o Yin do Fogo � o Peric�rdio, tamb�m chamado de Mestre do Cora��o, ou Circula��o-Sexo. � definido pela tradi��o chinesa como um primeiro-ministro ou chanceler do pr�ncipe do Fogo, seu guarda-costas, o protetor do Cora��o ou sua fechadura. Sua tarefa � proteger o pr�ncipe de danos e derrotas, transmitir suas instru��es aos empregados e servos da corte e informar o pr�ncipe do bem-estar destes �ltimos. No ser humano gera a generosidade consigo mesmo e com os outros, e a capacidade de irradiar calor e amor. O Mestre do Cora��o mostra-se em sua capacidade de dar e de saber acolher as dificuldades, as queixas, as cr�ticas e o amor dos outros. Quando essa capacidade est� bem desenvolvida, a pessoa � capaz de tomar algo "a peito", ou de deixar o seu cora��o falar. � carinhosa e calorosa. No outro extremo est�o as pessoas que dizemos ter um cora��o frio, um cora��o de pedra, que s�o mesquinhas e que n�o lhes toca o cora��o. Nesse contexto seria interessante observar que uma pericardite que transcorre com dificuldade pode se converter, a n�vel org�nico, na chamada "coura�a do cora��o".

Na fisiologia chinesa est�o inclu�das nas fun��es do Cora��o e do Peric�rdio tamb�m o sistema circulat�rio e sua regula��o. Por ele passam as art�rias e veias como um "tecido" que pertence ao Fogo. Trata-se aqui de uma unidade funcional de cora��o, peric�rdio, vasos sang��neos e todos os horm�nios e mecanismos de regula��o que, aumentando ou reduzindo os vaoso, mant�m e dirigem a circula��o sang��nea. Nos textos chineses cl�ssicos o Mester do Cora��o � chamado muitas vezes de Rim-Yang, e parece comprovado que se trata do conceito mais antigo. Na medicina chinesa mais recente, o Rim-Yang est� associado �s gl�ndulas supra-renais, cuja fun��o principal, al�m de sua tarefa relacionada ao metabolismo, � dirigir a circula��o sang��nea e manter o equil�brio h�drico e dos eletr�litos. Essas defini��es mostram at� que ponto o Mester do Cora��o assume uma postura central entre o Rim e o Cora��o, entre �gua e Fogo, entre o p�lo superior e o p�lo inferior do ser humano.

Nesse contexto � preciso mencionar que os chineses diferenciam no organismo humano seis camadas de energias. Cada uma delas � nutrida, mantida e regulada por dois �rg�os. A mais profunda dessas camadas, o n�cleo de nosso corpo e de nossa personalidade, � composta pelos Rins e pelo Cora��o. Em alem�o h� um prov�rbio que reconhece essa rela��o: "provar algu�m de rim e cora��o" (no sentido de coloc�-lo � prova). Cora��o e Rim constituem a polaridade de Fogo e �gua, de c�u e terra, de cima e debaixo, de Deus e do Dem�nio, de Zeus e Hades, de J�piter e Plut�o, � o eixo vertical do ser humano. Num sentido mais amplo, � tamb�m a polaridade de cabe�a e tronco.

Enquanto na �ndia Shiva, o destruidor, � cultuado em igualdade de direitos com Brahma, o criador e com Vishnu, o conservador, e na China se considera fundamental o equil�brio entre o que est� em cima e o que est� embaixo, a direita e a esquerda como uma meta a ser alcan�ada, a cultura ocidental atribui ao p�lo de cima uma valora��o de superioridade. Essa valora��o levou a uma aspira��o unilateral pelo alto e pelo bom, "de chegar ao c�u" e, por outro lado, a criar o mal e o conceito de inferno. De acordo com essa id�ia, as culturas ocidentais valorizam as regi�es do Fogo – o amor, a l�ngua e o esp�rito ("No princ�pio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus" � o in�cio do Evangelho de Jo�o) – muito mais que as profundezas da �gua – sexualidade, medita��o e contempla��o das camadas arcaicas da alma.

Uma rela��o existente entre o Rim e o Cora��o atrav�s do Mester do cora��o revela-se numa sexualidade satisfat�ria, que causa alegria e at� o riso. H� um interc�mbio harm�nico entre o dar e o receber, na capacidade de saber dar e receber amor. � caracter�stico que nossa cultura, embora libere a sexualidade de sua condena��o, valoriza mais o orgasmo f�sico, que � uma fun��o do elemento �gua, que o espiritual.

Ainda que o Cora��o e o Peric�rdio sejam os �rg�os Yin do mesmo elemento, diferenciam-se bastante em seu campo de atua��o. O Cora��o � respons�vel basicamente pelos "assuntos interiores". Suas fun��es s�o a clareza de pensamento, da linguagem, a responsabilidade e a capacidade de ter entusiasmo. Os nomes de alguns pontos do meridiano do Cora��o confirmam essa declara��o. Shenmen (C7) significa "porta do esp�rito" ou "porta da consci�ncia", Tongli (C5) significa "contato com o interior". Mas o Peric�rdio � respons�vel pelos "assuntos exteriores" e regula o batimento e a freq��ncia card�aca a n�vel org�nico, e a circula��o do sangue. Um sintoma de falta de energia no Peric�rdio � m�os e p�s frios. Uma pessoa que tem pouco calor carece de energia no Peric�rdio, assim como aquela que vive a sexualidade com pouca alegria; uma pessoa tacanha, a quem custa muito dar; uma pessoa que demora muito a "esquentar", ou uma pessoa fechada que nunca sorri.

Na verdade os pontos do meridiano do Cora��o s�o utilizados sobretudo para o tratamento de transtornos ps�quicos como ins�nia, nervosismo, histeria, depress�o e epilepsia, assim como transtornos da fala e dificuldades de ouvir os outros. Os pontos do meridiano do Peric�rdio ajudam mais no caso de doen�as card�acas a n�vel f�sico como, por exemplo, dor no cora��o, angina pectoris, taquicardia, transtornos do ritmo card�aco e debilidade circulat�ria. Mas alguns deles t�m uma a��o marcadamente ps�quica.

O �rg�o Yang acoplado ao Cora��o � o Intestino Delgado. A chave da compreens�o de sua fun��o � a assimila��o dos alimentos no processo de digest�o. Do mesmo modo que a n�vel org�nico o Intestino Delgado se encarrega da absor��o dos alimentos pelo sangue, tamb�m � respons�vel no espiritual pela assimila��o de id�ias. A falta de energia no Intestino Delgado � vista nas pessoas que absorvem conhecimentos, convic��es e id�ias fixas de outras pessoas sem antes digeri-las e que n�o conseguem formar, segundo seus pr�prios crit�rios, as pr�prias vis�es. Uma pessoa que tem a capacidade de assimilar � reconhecida por um sorriso sutil e silencioso nos olhos e em redor dos l�bios.

O Mestre do Cora��o � acoplado ao �rg�o Yang Sanjiao, o Triplo-Aquecedor, um �rg�o que � mais um conjunto de fun��es que uma realidade org�nica. Segundo os ensinamentos chineses, existem "tr�s cavidades ardentes" no organismo: a cavidade tor�cica (para a fun��o respirat�ria), a cavidade abdominal (para a fun��o) digestiva) e a cavidade p�lvica (fun��o excretora e reprodutiva).

A tarefa do Triplo-Aquecedor � coordenar entre si esses espa�os funcionais como, por exemplo, ajustar a profundidade e freq��ncia da respira��o aos processos de digest�o ou sexualidade, e a regulagem da temperatura e do equil�brio. Parece que o conceito chin�s de Sanjiaoengloba v�rios centros de regulagem da temperatura corporal no c�rebro, sobretudo no hipot�lamo. O Triplo-Aquecedor � o mais complexo e, por isso mesmo, a conex�o de fun��es do organismo mais f�cil de desequilibrar. Nos textos cl�ssicos aparece como mininistro do exterior do Fogo, como protetor dos �rg�os Yin e Yang, e como ministro da energia, que supervisiona as diversas formas de chie garante sua distribui��o por todo o corpo.

Quando o Fogo est� em equil�brio numa pessoa, o ver�o lhe traz alegria e satisfa��o. Uma pessoa assim tem equil�brio interior e contempla os acontecimentos desse ponto de vista. Sabe quando deve falar, e quando deve car-se. Alegra-se sem cair no pieguismo, sabe guiar e dirigir os outros e sabe tamb�m quando � hora de se retirar. Seus olhos brilham. Conhece a bondade e a generosidade, e tem bom gosto.
*Uma vers�o deste livro pode ser encontrada na cole��o Arca da Sabedoria, do Editorial Edaf.



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